Monthly Archives: March 2015

Manuel d’Deslivres&d’Anse de 23 de Abril, de Cervantes, de Shakespeare, dos Livros… e de Alvaro García de Zúñiga

23 de Abril, 21h00 – na Rua das Gaivotas nº6, ao Conde Barão, em Lisboa 

Manuel d’Deslivres&d’Anse de 23 de Abril de Cervantes, de Shakespeare, dos Livros… e de Alvaro García de Zúñiga

Manuel d’Deslivres&d’Anse é uma peça de Alvaro García de Zúñiga e dos seus Manuéis

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 O dia internacional do livro começou por ser celebrado, na Catalunha, no dia 5 de Abril de 1926, em homenagem a Cervantes, por ser o dia do seu nascimento. Em 1930 a data da celebração passou para o dia 23 do mesmo mês, dia da morte de Dom Miguel. Em 1995 a UNESCO instituiu  o dia 23 de Abril como o dia mundial do livro e do direito de autor, por ser também o dia da morte (e do nascimento) de Shakespeare e do inca Garcilaso de la Vega, os três em 1616.

Dia 23 de Abril é o dia do santo padroeiro do país de Shakespeare, São Jorge, conhecido, na Catalunha, como o dia da Rosa desde 1436, dia em que desde esse ano se pratica a tradição de troca de presentes entre pessoas que se amam e se respeitam. Na Catalunha, desde 1926, são oferecidos livros em memória de Cervantes.

Segundo os cálculos de Isaac Newton, Jesus Cristo morreu num 23 de Abril.

Para nós o dia 23 de Abril é, sobretudo, o dia em que Alvaro García de Zúñiga deixou de ser um como nós, passando para outro patamar de existência.

Essa coincidência acabou por selar definitivamente a relação íntima que o Alvaro tinha com aos seus autores de eleição, em particular, precisamente nos últimos tempos de vida, Shakespeare e Cervantes.

Por este motivo o dia 23 de Abril é a data escolhida para assinalar a criação oficial da associação blablaLab que o Alvaro imaginou comigo, pouco depois de se instalar em Lisboa, em 1996.

Laboratório de linguagens a blablaLab procurará prosseguir o trabalho de pesquisa sobre a língua e a criação artística que o Alvaro conduzia, contribuir para preservar e difundir a obra do Alvaro, promover a criação de obras que se possam inscrever neste universo alvariano, manter o círculo de amigos e de amizade produtiva e criativa que o Alvaro gerou à sua volta.

Como fizemos no dia do nascimento da Arte e do Alvaro, no dia 17 de Janeiro, hoje também vamos ensaiar com amigos uma leitura encenada da obra sempre em curso “Manuel sur scène”, Manuel sobre cena, uma leitura polifónica num formato de geometria variável que o Alvaro explica da seguinte forma : “Manuel sobre cena é um projecto auto-reflexivo que se inscreve na sequência dos meus outros textos (peças, prosas, poemas) e significa de certo modo para mim um segundo ciclo do meu teatro. O primeiro foi Actueur, três pequenos textos de “nem teatro” com os quais fechei, para assim dizer, o ciclo da minha “escrita teatral”; após o que, esse exercício, foi, de algum modo, relegado a uma função mais instrumental para constituir o pano de fundo de uma nova série de peças sobre temas como o erotismo, a morte, o poder, ou a noção de estrangeiro. Com “Manuel sobre cena”, o salto faz-se desta vez em várias direções em simultâneo. Incorporando a possibilidade de fazer “marcha atrás”, através de uma espécie de “manual (de como se estar) sobre (uma) cena”, recorrendo de forma permanente às minhas peças e textos anteriores mas também a toda outra fonte que se possa revelar interessante para este Manue(a)l.”

Aqui está pois o Manue(a)l d’Deslivres&d’Anse de 23 de Abril de Shakespeare, de Cervantes, dos Livros… e de Alvaro García de Zúñiga !

Com :

Leopold von Verschuer, alemão, nascido em Bruxelas, vive em Berlim, é actor, tradutor e encenador

Fernando Villas-Boas, ascendência minhota, vive em Lisboa, é tradutor e dramaturgo

Fernando Vendrell, português, lisboeta (mas com uma costela minhota), é realizador e produtor

Fernando Pêra, lisboeta de gema, é produtor e estudante universitário

Elsa Ferreira, portuguesa, montadora e editora de som para cinema

Eduardo Raon, português, vive em Ljubljana, é harpista e compositor

Daniel Schvetz, nasceu em Buenos Aires, vive no Estoril, é pianista e compositor.

António Feijó, português do Minho, vive em Lisboa, é professor e tradutor

Alínea B. Issilva começou em off mas é de Lisboa, é intérprete.

Profundos agradecimentos a todos os intérpretes, participantes

ao Teatro Praga que nos cedeu a sala, à Miso Music

à Inês Albuquerque e a Ana Paganini

a todos o amigos pela colaboração e apoio

http://blablalab.com (sempre em construção)