nTnD é um projeto de criação e envolvimento de públicos, de âmbito multidisciplinar, que explora diferentes vias e canais de relação para construir e disseminar um conjunto de objetos artísticos singulares. Reúne uma coreógrafa/bailarina, um ator/encenador, um músico/compositor e um poeta/músico num dispositivo que se desdobra nas dimensões virtual e presencial, procurando explorar novos modelos criativos capazes de criar comunidade mesmo em momentos de isolamento e de promover uma relação próxima dos cidadãos com os processos de criação artística.
Inicia-se com a realização paralela de 4 processos de criação, no espaço virtual, com o envolvimento de um conjunto de ‘famílias’, grupos de cidadãos de composição e geometria variáveis oriundos sobretudo dos distritos de Vila Real e Bragança. Cada um dos artistas define o quadro de desenvolvimento do seu projeto: estabelece a quantidade e a natureza das ‘famílias’ a envolver e define as condições de produção do objeto final a criar.
As ‘famílias’ têm composição variável e juntarão sobretudo cidadãos em situação de isolamento. Já depois do confinamento estrito, interessa-nos dar voz aos públicos que permanecem confinados por razões médicas, sociais, geográficas… A colaboração da Associação Música Esperança Portugal, com um trabalho orientado para comunidades com traços de exclusão, permitirá construir grupos de trabalho baseados nas ideias de inclusão e diversidade.
Cada artista desenvolve, ao longo de 4 a 6 semanas, um trabalho concreto com a sua ‘família’, partilha a sua visão artística e estimula um processo participado do qual resultará um objeto artístico novo (um pequeno vídeo-dança, uma criação musical, uma leitura encenada ou um poema). A estreia em suporte digital do resultado de cada um dos processos será acompanhada de um breve diário da sua realização, reforçando o carácter modelar e replicável da experiência.
O projeto conclui-se com a estreia de um espetáculo/documento presencial, nos Teatros Municipais de Vila Real e Bragança. Este espetáculo será criado em residência após a conclusão dos processos com as ‘famílias’ e contará com a presença física dos artistas e a presença virtual (ou mista virtual/presencial) dos públicos intervenientes. Concluirá um processo exploratório de pesquisa e construção artística, realizado com e para a comunidade, sobre novas formas de construção do gesto artístico performativo, inventadas para responder a uma realidade particularmente móvel e desafiante.