“E assim, irradiado e atomizado pelo cogumelo da ilha, Manuel vê explodir o último sobrevivente de Hiroshima, do bombardeamento de Dresden, de Estalingrado, de Anzio, Monte Cassino, depois veria desaparecer o último sobrevivente da segunda guerra, e uma geração, e uma página de história. E depois outras, as dos últimos combatentes do Vietname, do Afeganistão, da guerra fria, e outras, e outras ainda, páginas e gerações, e as siglas, URSS, RDA, RFA, e o desaparecimento do Médio-Oriente, do petróleo, da floresta amazónica, da África, a falência da Volkswagen, da Fiat, da Toyota, a dissolução da Europa, dos Estados-Unidos, da calota polar, do Japão e da China, dos Lagos, a desertificação, a desertificação do deserto, das Maldivas, o achatamento dos Himalaias, dos Andes, o advento das grandes montanhas nas Pampas, no Benelux, a indicação do Antártico, a Pacificação do Atlântico, a exacerbação, a efervescência, a ebulição do Pacífico, a sua divisão, a divisão das divisas, a fragmentação, a fragmentação dos fragmas, os sintagmas, a atomisação dos átomos, a quarkisação dos quarks, a neutralização dos neutrinos.” from Manuel OtihOrih.
OtihOrih é a primeira peça mixfplexsonora do mundo, escrita e realizada por Alvaro García de Zúñiga.
OtihOrih é uma encomenda do Studio Akustische Kunst da WDR, produzida com o apoio da Fundação Kientzy e da associação NOVA MUSICA. Primeira apresentação pública no Festival Silêncio, 2010