blablalab
O TEATRO É PURO CINEMA
de Alvaro García de Zúñiga
tradução de Jorge Melícias
uma co-produção Teatro da Rainha e blablaLab
Bem-vindos ao avião do Teatro
O teatro abre os parêntesis: os actores-reactores imaginam todo um filme. Criam uma janela que é a de um avião, porque o teatro voa. Com ele o tempo voa e faz-nos voar. Alto. Ao mesmo tempo, dentro de um avião, os passageiros assistem a um filme catástrofe e inventam logo a seguir outro. E o avião cai sobre o teatro em plena representação. Morre toda a gente. Na autópsia abre-se um crânio como quem abre uma caixa de Pandora e fecha-se o parêntese.”
Alvaro García de Zúñiga, Abril de 1999
Após repetidas tentativas interrompidas por aleivosas incursões virais, vencemos finalmente as circunstâncias para levar à cena uma re-em posição! de uma versão manuel-sur-scène da peça “O Teatro é puro Cinema” de Alvaro García de Zúñiga. Um manuel-sur-scène é um formato desenvolvido pelo próprio Alvaro, para poder levar, precisamente sur scène – para o palco – e independentemente das famosas circunstâncias, qualquer texto, som, peça do seu pensamento alvariano, e sobretudo independentemente de qualquer condição de produção. Ou quase.
Desta feita conjuga-se nestas apresentações uma super-produção panavision com uma leitura posta em movimento. E é assim que, sobre rodas, e graças a elas, colocamos em marcha o avião do teatro, mesmo se neste caso é uma avioneta bi-motor, puxada muito a custo até à beira do abismo a partir do qual, com alguma sorte, talvez consiga começar a planar.
É assim que, neste manuel-sur-scène de “O Teatro é puro Cinema”, se conjugam atores com os seus textos-partitura, teatro e cinema com ajuda de uma bela televisão e de uma poltrona feita de livros. Um ator vivo e um ator morto discorrem sobre o que é o teatro, e um infra-não-ator de cinema serve de contraponto à magna questão do que se trata quando se trata de estar em cena, ou no ecrã.
Enquanto isso os passageiros entretêm-se com os filmes que passam na televisão do avião, filmes de ação-catástrofe, publicidade, documentários e arqueologia video-teatral, fazem parte do programa do dia, até que, como não podia deixar de ser, a viagem acaba. E de forma abrupta.
Teresa Albuquerque, Setembro de 2021
O Teatro é Puro Cinema
de Alvaro García de Zúñiga
Tradução
Jorge Melícias (português) e Teresa Bartolomei (italiano)
Encenação e Dramaturgia
Teresa Albuquerque
Interpretação
Fábio Costa, Fernando Mora Ramos e José Luís Ferreira
Participação Especial em Vídeo e Voz Off
António Feijó e Fernando Vendrell
Gravações Áudio e Edição Vídeo
Eduardo Raon
Em Vídeos de Arquivo
Ana Zanatti, Fernán García de Zúñiga, Fernando Lopes, Fernando Mascarenhas, João Cabral, Lili Mazev, Maria João Seixas, Miguel Azguime e Sérgio Praia
Em Voz Off
Alínea B. Issilva e Eduardo Raon
Cenografia e Figurinos
Teresa Albuquerque
Instalação “Poltrona para ver televisão”, de Alvaro García de Zúñiga
Realizada por: Enrico Gaido e Henrique Manuel Bento Fialho
Instalação Vídeo: “Freezing Utopia”, cedida por Enrico Gaido.
Realização de Vídeos/ Edição 2021
Elsa Loff
Desenho de Luz
Pedro Pires Cabral e Lucas Keating
Edição e Operação de Vídeo e Som
Lucas Keating
Direção de Cena e Produção
Rebeca Vendrell
Fotografia
Fernando Pendão
Design
Pendão&Prior
Uma Co-produção
Teatro da Rainha e blablaLab
Duração: 1h00
Álvaro García de Zúñiga
(Montevideu, 1958 – Lisboa, 2014) é um escritor, encenador, realizador e compositor português de origem uruguaia.
Formado fundamentalmente em música (violino e composição com Norbert Brainin, Amadeus Quartet, Sergio Prieto, Roque de Pedro, etc.), o teatro musical leva-o para o “teatro tout court” e daí passa para outras literaturas. Autor de peças de teatro, argumentos para cinema, uma adaptação para ópera, várias obras em prosa e poesia, a escrita leva-o à encenação de teatro e à realização cinematográfica e radiofónica.
Teresa Albuquerque
Fundou com Alvaro García de Zúñiga a associação blablaLab em 1996, que viria a formalizar quase 20 anos depois, em novembro de 2015. Entre 1996 e até à sua morte, em 2014, acompanhou todo o trabalho de Alvaro García de Zúñiga. Participou nas suas obras acústicas, teatrais, radiofónicas, de cinema e vídeo, como intérprete, produtora, assistente de realização, e por vezes co-autora.
Formada em Comunicação Social (FCSH da UNL) opção produção e realização audiovisual e em gestão cultural, tem uma experiência transversal em diferentes áreas da cultura, das artes cénicas e visuais aos arquivos e à edição papel e digital.
É presidente da Associação blablaLab, e diretora para as atividades culturais da Fundação da Casa de Mateus.
Fernando Mora Ramos
Encenador/actor, é Prof. Especialista de encenação – ESMAE, ESAD e E.A. da U. C. – Interpretação e encenação. Começou no TEUM-L. M. (Moç.) em 72. Frequentou o Cons. Nac. (73/74) e fez um Masters em E. T. na Sorbonne Nouvelle. Bolseiro da Gulbenkian estagiou no Picollo (79/80) (A boa alma de Sé Chuão (Brecht- Strehler) e Arlequim e os outros – Soleri). Fundou o C.C. de Évora e o CENDREV. Encenou Beckett, Tabori, Bernhard, Pirandello, Strindberg, Barker, Danan, Sarrazac, Crimp, Brecht e Aristófanes, Vicente, Molière, Marivaux e Goldoni — em mais de cem criações. De realçar AQ, de Christoph Hein (Acarte), Combate de negro e de cães, Koltès (TNSJ), Esta noite improvisa-se, de Pirandello, (Culturgest), Ella, de Achternbusch (TNSJ), De volta da Guerra, Angelo Beolco, (Casa Velha, Moçambique) Supernova, de Abel Neves (Vila Velha/Salvador da Bahia), o Coronel Pássaro, de Boytchev (CCB), Max Gerick, de M. Karge, Estação Inexistente, de Pirandello/D’Onghia, O estranho corpo da obra e Definitivamente as Bahamas, de Martin Crimp. Ella, de Achternbusch, que interpretou 20 anos, apresentou-se no Festival da União dos Teatros da Europa, em 2009, na Roménia. Co-encenou com Nuno Carinhas O fim das possibilidades, de Sarrazac, em 2015. Foi Coordenador do Dramat/TNSJ, Dir. de Programação da Coimbra 2003 e membro da 11ª C. da Reforma do Ensino Artístico. Dirigiu exercícios finais na ESMAE — Strindberg, Bernhard, Lescot, Horvath, Barker e Brecht. Foi consultor da F. Gulbenkian no programa de Reinserção Social através da arte. Fundou a Adágio, a Teatro-Escritos e colabora na Finisterra, de Eduardo Lourenço. Coordenou e é um dos autores de Quatro ensaios à boca de cena (Cotovia), tem poesia e ensaio publicados, colabora com o Jornal Público. Co-encenou com Nuno Carinhas em 2019 O resto já devem conhecer do cinema de Martin Crimp, co-produção TR/TNSJ.
Fábio Costa
Licenciado em Teatro pela Esc. Sup. de Música, Artes e Esp. (ESMAE) do Porto. Integrou o elenco de: Quem semeia palmeiras colhe tempestades encenado por Ana Vargas, O Bôbo de Alexandre Herculano, Romeu e Julieta de Shakespeare, Branca de Neve e Zortam em Contadores de histórias encenados por João Regueiras, Cronus escrito e encenado por Sílvia Ribeiro (Festival Guimarães 2012), Vestido de noiva de Nelson Rodrigues encenação de Lígia Roque, Visto que somos uma família a partir d’ O futuro está nos ovos ou É preciso tudo para se fazer um Mundo de Ionesco, Rosencrantz & Guildenstern estão mortos de Tom Stoppard, com enc. de Marco Martins (TNSJ), Lisístrata de Aristófanes, enc. por Lee Beagley, Farsa de Inês Pereira/Auto da Índia/Juiz da Beira de G. Vicente com enc. de António Durães, A encomenda adaptação de José Maria Vieira Mendes a partir de “Dois Homens” de F.Kafka. No exercício final do curso, em coprodução com o TNSJ, fez Dr Hinkfuss em Esta noite improvisa-se de Pirandello, com enc. de Nuno Carinhas. Integrou os filmes: “Aquário” de Guilherme Mesquita, realizado por Paulo Próspero (FantasPorto), Into the Crisis escrito e realizado por Filipa Costa. Fez no Teatro da Rainha A Morte de um DJ, Sarrazac (2015), O Triunfo de São Martinho, de G. Vicente (2016), A paz de Aristófanes (2018) com enc. de Fernando Mora Ramos e O resto já devem conhecer do cinema de M. Crimp com enc. de Fernando Mora Ramos e Nuno Carinhas, espetáculo coproduzido entre o TR e TNSJ.
José Luís Ferreira
É produtor, programador e consultor de projetos artísticos e culturais. Assumiu, entre 2011/14, a direção artística do São Luiz Teatro Municipal. Coordenou o Departamento de Relações Internacionais do TNSJ, entre 1997/2011. Participou na conceção e criação do festival PoNTI e assumiu a sua Direção Executiva entre 1997 e 2004. Foi comissário para a programação de Teatro internacional na Capital Nacional da Cultura – Coimbra 2003. Integra desde 2009 a Ao Cabo Teatro AC, na qual é diretor de produção. Concebeu e programou o projeto Odisseia, desenvolvido pelo TNSJ em 2011, em associação com o Theatro Circo, o CCVF, o Teatro de Vila Real e a União dos Teatros da Europa. Em 2014, fundou Antunes Fidalgo Unipessoal, microempresa que trabalha nos domínios da criação teatral e da consultoria em projetos culturais, com a ambição de encontrar contextos que aproximem o cidadão comum do universo das artes. Em 2016/17, co-produziu com o TNDM II, o CCVF e o CAO-Ovar o espetáculo Força Humana, a partir de Os Lusíadas, com direção e interpretação de António Fonseca e José Neves. Esse foi o primeiro momento de um ciclo dedicado aos clássicos portugueses que prossegue em 2019 com a coprodução, também com o TNDM II, de Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett, com encenação de Miguel Loureiro. Trabalha com a Fundação da Casa de Mateus, enquanto consultor de comunicação e desenho de projetos. É co-autor do volume Quatro Ensaios à Boca de Cena, publicado em 2009 por Edições Cotovia.
Dossier de Imprensa
Notícias de Vila Real, 21/09/2021
RTP, Portugal em Directo, 23 /09/2021 https://www.rtp.pt/play/p8156/e569314/portugal-em-direto/976217
10m 13’ até ao 12m 19’
Video promocional
blablaLab
blablaLab é um laboratório de línguas e linguagens inventado por Alvaro García de Zúñiga e Teresa Albuquerque, em 1996. A blablaLab nunca foi apenas um projeto individual ou a dois e reuniu desde o início artistas, criadores, intelectuais e muitos outros amigos. Para além de preservar e promover a obra de Alvaro García de Zúñiga, prossegue também os objetivos iniciais da blablaLab: ser um laboratório de linguagens e de formas, continuar a pesquisa sobre a especificidade de cada uma delas e a exploração das relações entre elas (as linguagens e as formas), sob a forma de produção, programação, edição e difusão e qualquer outro meio adequado ao objetivo proposto.
Assente fundamentalmente na pluridisciplinaridade e no multilinguismo, a blablabLabprocura também contribuir para multiplicar e reforçar perspectivas de reflexão sobre a contemporaneidade assentes na relação entre arte, ciência e cultura.
Teatro da Rainha
O TR funda-se em 1985, na Casa de Cultura, na sequência da primeira descentralização (Jan 75), cujo pólo difusor fora Évora e desenvolvendo uma prática baseada em lógicas intrinsecamente teatrais, contrariando o publicismo de divulgação, quantitativo, da descentralização inicial. Dispondo de um teatro de câmara “experimenta” concretizar um teatro subjectivamente entrosado – cujo motor semântico/sensorial é o jogo de actor – nas invenções das dramaturgias clássica e contemporânea, atenta às qualidades da língua portuguesa e às descobertas estruturais, e de humor estilístico, das escritas do estranhamento pós brechtianas. O seu mote é valorizar o classicismo das dramaturgias contemporâneas e a contemporaneidade das clássicas, através de formas de criação de sentido teatrais, presenciais, inscritas nestas dramaturgias, segundo o princípio de que a voz é corpo e o corpo é sujeito – teatros do eu, teatros do mundo, um horizonte. Obteve o Prémio da Crítica, da A. P. de Críticos de Teatro, em 1987, pelo conjunto da obra. Tendo começado como departamento da CC, organiza-se como Soc. Por Quotas em 1989 e obtém uma subvenção do Estado de 17.000 contos, 85.000 euros. Em 1990, depois de anos de digressão, funda o CENDREV (com o CCE) instalando-se no Teatro Garcia de Resende. Mantendo a sua independência realiza projectos na Culturgest, em Moçambique, no Porto, Coimbra, etc. Regressa a Caldas em 2003 a convite da autarquia. Em 2004 converte-se numa Associação Cultural sem fins lucrativos, cujo nome é Teatro da Rainha/Associação Republicana da Rainha e Etc; (ARRE). A Rainha completa em Janeiro de 2020, 35 anos, tendo realizado 84 criações, projectos em vários países (Moçambique em 1995/2018), residência de criação e formação, digressão com Ella aos Estados Unidos (Filadélfia, Newark e Nova Jersey), et. Em 2008 participou no Festival da União dos Teatros da Europa (Piccolo, Berliner, etc.), inaugurando um Teatro Estúdio em Cluj. O TR entrou numa fase decisiva da sua vida: a construção de um edifício teatral, com projecto de Nuno Ribeiro Lopes e da equipa da Rainha. projecto que arrancou em maio de 2019.
O TR realizou em 2015 com o TNSJ “O fim das possibilidades” (Carinhas/Mora R.) e teve em 2016 uma menção da Crítica para Dramatículos 2, de Beckett, na pessoa da actriz/tradutora Isabel Lopes. Em 2017/18 fez Europa 39/Brecht, Triunfo de são Martinho, Vicente, A paz, de Aristófanes, Play House, de Crimp, O Filho, de Jon Fosse, Dois narizes num mar de plástico, de MR e em coprodução com o TNSJ O resto já devem ter visto no cinema, de Crimp (Carinhas/MR).
Rider Técnico
O Teatro é Puro Cinema é uma leitura-performance, realizada num palco com as dimensões mínimas de 8×8 metros. Para além da instalação cénica, integralmente feita com adereços de cena trazidos pela equipa, há duas projeções de imagem: num ciclorama que deverá ocupar todo o quadro do palco e num televisor de grandes dimensões que faz parte do cenário. O som e a iluminação, cujos riders detalhados disponibilizamos em anexo, podem ser adaptados ao espaço concreto. A operação vídeo e áudio é realizada a partir de cena. A montagem deverá iniciar-se, no mínimo, no dia anterior à apresentação. No primeiro dia, são necessários três turnos de trabalho, com ensaio geral à noite. No segundo dia, dois períodos, incluindo a apresentação do espectáculo. A equipa em digressão é constituída por 6 pessoas.
Som (equipamento mínimo)
– Duas colunas (Left-Right) e respectivos cabos de alimentação;
– Dois cabos XLR;
– Placa de som M-Track Eight;
Vídeo
– Televisão 4K (dimensões, a ver);
– Projector de vídeo Epson EB-E01 (ou qualquer outro adaptado ao espaço com entrada HDMI);
– Dois ou quatro cabos HDMI-4K, dependendo da necessidade de duplicar ou aumentar o sinal HDMI. Idealmente utiliza-se apenas um cabo para o projector e um cabo mais curto (10 metros) para a televisão.
Luz
– Ver proposta Anexo I.
Outros
– Macbook Air M1 (13.3” – Apple M1 – RAM: 8 GB – 256 GB SSD – GPU 7-Core);
– Hub para Mac com pelo menos três entradas USB-3 e entrada HDMI;
– Hub para Mac apenas com entrada HDMI;
– Q-Lab 4
blablaLab
Contactos: https://blablalab.com/blablalab-associacao/
Direção Artística: Teresa Albuquerque, +351 934 156 949, [email protected]
Produção: José Luís Ferreira, +351 917 340 390, [email protected]
Assistente de Produção: Rebeca Vendrell, +351 911 981 034, [email protected]